quarta-feira, 11 de abril de 2018

O que é feito dos membros da família real brasileira ?


/wp-content/uploads/sites/14/istoeimagens/imagens/mi_2581151565268208.jpgEles quase nunca usam blacktie, mas têm aparência européia, falam inglês e francês e vão à missa bem vestidos aos domingos. Duzentos anos após dom João VI aportar no Brasil, seus hexanetos levam vidas confortáveis, a maioria na zona sul do Rio de Janeiro, onde à noite circulam por bares e boates da moda e namoram. À exceção do grupo que controla a Companhia Imobiliária de Petrópolis, que recebe 2,5% sobre transações imobiliárias no centro da cidade, os Orleans e Bragança do século XXI são contribuintes codemuns. Todos trabalham para fechar as contas no fim do mês. Para conhecer a linhagem que estaria no poder se dom Pedro II não tivesse caído em 1889, ISTOÉ reuniu 16 dos 30 trinetos da princesa Isabel que moram no Brasil. Compareceram os descendentes de Luís Maria Felipe, o filho caçula de Isabel, que ganhou o trono inexistente depois que Pedro, seu irmão mais velho, renunciou. O encontro foi alegre, sob os efeitos da recente vitória por goleada do Fluminense sobre o Flamengo no Maracanã. Todos são tricolores e, à primeira vista, iguais a qualquer jovem de classe média. Ou quase. Além de nomes que não cabem nos documentos e de jogarem mais golfe do que futebol, os jovens Orleans e Bragança se destacam pelo discurso patriótico e religioso e por um conservadorismo enraizado.

O peso da história nos ombros também os diferencia dos plebeus. “Ninguém sai por aí bêbado e, graças a Deus, não há caso de droga na família”, descarta a arquiteta Amélia Maria de Fátima Josefa Antonia Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Orleans e Bragança, 23 anos. Ela namora um empresário há um ano, mas garante que as pregações da Igreja, como a virgindade até o casamento, resistem ao tempo e continuam sagradas para a família.

“Temos liberdade, mas sabemos o que é errado. Levamos a religião a sério”, diz. O primo Eudes, de 30 anos, afirma que em sua casa as regras são um pouco menos ortodoxas: ele passou o Carnaval na casa da noiva, em Angra dos Reis. Mesmo assim, zela pelo sobrenome. “Bebo quase sempre sem exagerar. Não dá para ficar na rua sem camisa ou caído na sarjeta. Não posso fazer isso com meus pais, meus tios, meus avós, meus bisavós, meus tataravós.” O sobrenome, segundo ele, abre portas, mas também aciona preconceitos. “Os amigos dizem que eu só pego mulher porque sou príncipe. Não tenho do que reclamar nessa área, mas nunca tive de usar o nome.”

Ribeirão Preto, D. Pedro II e os Antônio – Os portugueses roubaram o Brasil?

A fo­to, uma das pre­ci­o­si­da­des do nos­so “ál­bum de fa­mí­lia”, re­gis­tra a au­diên­cia con­ce­di­da, pe­lo sa­u­do­so co­len­do An­tô­nio Du­ar­te No­guei­ra, 1937-90, mi­nei­ro, de São Fran­cis­co de Sa­les, mé­di­co, pre­fei­to de Ri­bei­rão Pre­to em dois man­da­tos, a es­te es­cre­vi­nha­dor, ain­da gu­ri, com 13 anos, no “Pa­lá­cio Rio Bran­co”, que é se­de da pre­fei­tu­ra até ho­je. O seu fi­lho, o ri­bei­rão-pre­ta­no An­to­nio Du­ar­te No­guei­ra Jú­ni­or é o atu­al pre­fei­to e eu acho, só acho que a gran­de mai­o­ria dos elei­to­res vo­tou ne­le fi­a­da no pro­vér­bio: “Fi­lho de pei­xe pei­xi­nho é”, en­tre­tan­to, a sua pre­de­ces­so­ra, cu­jo no­me omi­ti­rei, dei­xou-lhe um aba­ca­xi di­fi­cí­li­mo de des­cas­car, tan­to que ela es­tá pre­sa acu­sa­da de ter li­de­ra­do a mai­or qua­dri­lha cri­mi­no­sa da his­tó­ria do in­te­ri­or do Es­ta­do de São Pau­lo du­ran­te os seus man­da­tos, mas, não me con­te­nho, pois, “ju­rei” não omi­tir ab­so­lu­ta­men­te na­da do mi­se­ri­cor­di­o­so lei­tor, en­tão, vou dar uma di­ca, com tro­ca­di­lhos, do no­me da su­jei­ta, é fá­cil de de­ci­frar, es­tá nas pa­la­vras as­pa­das da se­guin­te fra­se: Ela ju­ra­va que iria “dar-se” pa­ra o po­vo, é “ve­ro”. Ela e al­guns dis­tin­tos ve­re­a­do­res e em­pre­sá­rios – um, in­clu­si­ve, su­i­ci­dou – de­la­pi­da­ram a ci­da­de, é ver­da­de, é a re­a­li­da­de, mas não es­ta­mos aqui pa­ra dis­cor­rer so­bre bu­ra­cos nas fi­nan­ças e nos as­fal­tos, não es­ta­mos no “pre­sen­te”, es­ta­mos no “pas­sa­do”, quan­do a ci­da­de era lim­pa e lin­da, as pra­ças lim­pís­si­mas, en­tão, vol­tan­do pa­ra o nos­so pas­seio no pas­sa­do que lá es­ta­re­mos me­lhor, en­tão, o lin­do “Pa­lá­cio Rio Bran­co” foi inau­gu­ra­do em 26 de maio de 1917, com­ple­tou, por­tan­to, em 2017, um sé­cu­lo, 100 ani­nhos. En­crus­ta­do no epi­cen­tro da ci­da­de, ne­nhum mu­ro, nem, se­quer, cer­cas, quin­ze pas­sos da “Pra­ça XV de No­vem­bro“, inau­gu­ra­da em 1890, lin­da, com o seu lin­do cha­fa­riz, ou “fon­te lu­mi­no­sa” e ago­ra, ain­da mais ago­ra, re­la­tan­do, re­me­mo­ran­do, es­cre­ven­do, ou, me­lhor, di­gi­tan­do, mui­tas, mui­tas ima­gens me vêm à men­te co­mo “pre­sen­tes” do “pas­sa­do”, re­mi­nis­cên­cias, ve­jo, ni­ti­da­men­te, as co­res das águas da fon­te lu­mi­no­sa su­bin­do, ver­ti­gi­no­sa­men­te, aos céus, ume­de­cen­do o meu ros­to, de 6 ani­nhos, ve­jo-me cir­cu­lan­do à vol­ta da fon­te “pi­lo­tan­do” um tri­ci­clo com du­as ro­das, ver­me­lho e bran­co, de la­ta e das ri­sa­das dos adul­tos ven­do-me pe­da­lar e pen­du­lar num ve­í­cu­lo sem uma das ro­das tra­sei­ras, não me re­cor­do se, di­rei­ta, ou es­quer­da e o pa­pai – An­tô­nio Gon­çal­ves Di­as Fi­lho, 1933-83, mi­nei­ro de Bar­rei­ro, mi­li­tar, tra­ba­lhou em São Pau­lo, Ri­bei­rão e foi co­man­dan­te de des­ta­ca­men­to em al­gu­mas ci­da­des cir­cun­vi­zi­nhas, en­tre elas, Ara­mi­nas, Or­lân­dia, São Si­mão e es­tá se­pul­ta­do aon­de que­ria, em Ri­bei­rão Pre­to – sim, o pa­pai po­de­ria, fa­cil­men­te, con­ser­tar, re­co­lo­car a pe­que­na ro­da no tri­ci­clo, mas, mas não o fez, es­ta­va me trei­nan­do, cer­ta­men­te é por is­to não mor­ri nos aci­den­tes com as mo­tos, obri­ga­do pai, obri­ga­do mes­tre An­tô­nio Gon­çal­ves Di­as Fi­lho, bem, com tais re­mi­nis­cên­cias che­ga­mos na ou­tra ex­tre­mi­da­de da imen­sa pra­ça e pi­sa­mos no lin­do, imen­so e rí­gi­do “pas­seio” de pe­dras, na “es­pla­na­da de pa­ra­le­le­pí­pe­dos”, de­fron­te de um ou­tro co­los­so ar­qui­te­tô­ni­co ri­bei­rão-pre­ta­no, um dos mais lin­dos do pla­ne­ta, o ma­ra­vi­lho­so “Te­a­tro D. Pe­dro II”, ho­me­na­gem àque­le que go­ver­nou o Bra­sil por 49 anos con­quis­tan­do a me­ta­de do que é, ho­je, o con­ti­nen­tal ter­ri­tó­rio bra­si­lei­ro – o Bra­sil tor­nou-se, en­tão, o mai­or pa­ís, em ex­ten­são ter­ri­to­ri­al, do He­mis­fé­rio Sul, por­tan­to, na me­lhor das ter­ras e cli­ma do pla­ne­ta. O bra­si­lei­ro D. Pe­dro II, nas­ci­do no Rio de Ja­nei­ro na ci­da­de de Pe­tró­po­lis, ja­mais rou­bou um ní­quel da Co­lô­nia on­de nas­ceu, ama­va o Bra­sil que go­ver­nou de mo­do ma­gis­tral, tan­to que no seu go­ver­no im­pe­rou a li­ber­da­de de im­pren­sa e a eco­no­mia era mais por­ten­to­sa que a eco­no­mia de Por­tu­gal, além dis­to, fo­ram cons­tru­í­dos “for­tes”, fa­róis, gas­tos com ar­ma­men­tos, ves­tu­á­rio e man­ti­men­tos pa­ra mi­lha­res de “sol­da­dos” es­pa­lha­dos pe­la imen­si­dão do pa­ís, en­fren­tan­do cons­tan­tes ten­ta­ti­vas de in­vas­ões de fran­ces­es, ho­lan­de­ses, en­tre ou­tros, en­tre­tan­to, a prin­ci­pal he­ran­ça dos por­tu­gues­es, que é a mai­or ar­ma de um po­vo, é o idi­o­ma – ló­gi­co, amal­ga­ma­do, ma­ra­vi­lho­sa­men­te, com inú­me­ros idio­mas, es­pe­ci­al­men­te o Tu­pi-Gua­ra­ni – en­fim, es­ta­mos sen­do in­gra­tos com os nos­sos ir­mãos por­tu­gues­es, afi­nal, sa­be­mos que hou­ve rou­bo, des­vi­os, cor­rup­ção, es­tas coi­sas ocor­rem em to­dos os go­ver­nos, mas, apos­to, o que foi des­vi­a­do, rou­ba­do é mi­xa­ria, tro­co, cen­ta­vos, se com­pa­ra­do com a he­ran­ça ter­ri­to­ri­al, os ter­ri­tó­rio con­quis­ta­dos dos es­pa­nhóis, en­tre eles o “Gran­de Ma­ra­nhão” – par­te do nor­des­te, que faz fron­tei­ra com as Gui­a­nas – e, ló­gi­co, o pul­mão do mun­do, a Ama­zô­nia. O con­quis­ta­dor foi mú­si­co, po­e­ta, exí­mio em inú­me­ras ar­tes, co­nhe­ci­do e ad­mi­ra­do por dig­na­tá­rios de to­das as par­tes do pla­ne­ta, tan­to, que o seu fu­ne­ral e se­pul­ta­men­to, em Pa­ris – pa­ra on­de foi ba­ni­do de­pois da pro­cla­ma­ção da re­pu­bli­que­ta de ara­que – ape­sar do dia ter si­do de in­ten­so frio, até ne­vou, foi um dos fu­ne­ra­is mais con­cor­ri­dos do sé­cu­lo com a pre­sen­ça de pre­si­den­tes e reis, en­tão, pa­ra nós, D. Pe­dro II – cu­jo no­me, é tão ex­ten­so que ocu­pa­ria me­ta­de des­te pa­rá­gra­fo – é, in­du­bi­ta­vel­men­te, um dos bra­si­lei­ros mais emé­ri­tos da nos­sa his­tó­ria e o ma­jes­to­so “Te­a­tro D. Pe­dro II”, inau­gu­ra­do em 8 de ou­tu­bro de 1930, tom­ba­do, pe­lo Es­ta­do de São Pau­lo, “en­tre­gue” pa­ra o mu­ni­cí­pio dia 10 de ju­nho de 2017 é um pre­sen­te pa­ra Ri­bei­rão Pre­to, que com­ple­tou, no­ve di­as de­pois, em 19 de ju­nho de 2017, 161 ani­nhos. Ago­ra o pre­ten­si­o­so es­cre­vi­nha­dor pe­gou a ma­nia de ho­me­na­ge­ar fi­lhos e, da úl­ti­ma vez, no ar­ti­go pu­bli­ca­do dia 4 pas­sa­do, in­ti­tu­la­do de “Lu­la e Te­mer pre­sos no trân­si­to?”, che­gou a pa­ra­be­ni­zar um ami­go que ani­ver­sa­ri­a­va com ele, mas, des­ta vez, eu acho e acre­di­to, fa­ço, até, vo­tos, o mi­se­ri­cor­di­o­so lei­tor ava­li­a­rá co­mo cor­re­to o fa­to de­le de­di­car es­tas li­nhas ao seu fi­lho An­to­nio Fe­li­pe Ba­tis­ta Gon­çal­ves Di­as, “gen­te boa de­mais da con­ta”. Até. (Hen­ri­que Gon­çal­ves Di­as, jor­na­lis­ta)